Enquanto as empresas e corporações de todo o mundo só começam a entender o BYOD como uma presença constante e começam a integrar esse conceito em suas polícias de TI agora, uma nova tendência já começa a bater na porta. De acordo com um estudo da ISACA (Information Systems Audit and Control Association), as tecnologias vestíveis devem se tornar cada vez mais parte desse tipo de movimento à medida que dispositivos desse tipo são lançados para negócios bem específicos.
De acordo com os dados da organização, que trabalha junto a profissionais de TI e segurança da informação, 55% das empresas de tecnologia na Ásia devem implementar as tecnologias vestíveis no local de trabalho até o final de 2015. A ideia, aqui, é permitir que tais aparelhos sejam usados pelos executivos e funcionários como parte integrante de suas ferramentas para o expediente, junto com smartphones, notebooks e tablets.
Além disso, algumas delas pretendem criar seus próprios wearables voltados para necessidades específicas, ou, pelo menos, personalizar soluções existentes para que elas atendam tais quesitos. A integração com a Internet das Coisas também deve ser um fator fundamental, sendo os dispositivos vestíveis usados como uma espécie de controle remoto de sensores e outros equipamentos, por exemplo.
As barreiras entre os equipamentos usados no trabalho e fora dele também devem diminuir e esse é um movimento que já começa a ser enxergado fora da Ásia, onde tradicionalmente as pessoas têm uma tendência maior a adotar inovações logo que elas são lançadas. Na Austrália e na Nova Zelândia, por exemplo, 45% dos entrevistados já dirigem carros inteligentes, 42% possuem smart TVS e 64% estão de olho em algum wearable para comprá-lo.
Sendo assim, é natural que essas características extrapolem a esfera pessoal e cheguem também no mercado de trabalho. Como explica o CIO, ninguém vai tirar o relógio ou deixar de usá-lo durante o expediente.
Como sempre, porém, existe o lado negativo. Essa nova onda vai trazer ainda mais complexidade e toda uma categoria de diferentes dispositivos para dentro das políticas de TI das empresas, que, na maioria dos casos, ainda estão lutando para lidar com os smartphones e tablets. A segurança das informações também surge como preocupação para 27% das empresas entrevistadas pela ISACA, enquanto o aumento nas vulnerabilidades é preocupação para 47% delas.
O temor, aqui, é que a entrada de tais dispositivos nos sistemas da companhia possa trazer consigo brechas de segurança. A ideia dos aparelhos pequenos, com funções simples e servindo apenas como assistentes, pode acabar sendo vista por muita gente como um risco de segurança menor, mas a organização aponta que falhas podem ser tão danosas quanto uma abertura em um sistema operacional para PCs ou smartphones, por exemplo.
Por isso mesmo, a ideia é implementar rapidamente medidas de segurança que previnam tais problemas. Saber quais estão sendo os dados acessados pelos wearables – 26% dos entrevistados disseram não ter a menor ideia sobre isso – e de que maneira os hackers estão se aproveitando deles é um passo fundamental para uma política de TI que abrace relógios inteligentes e outrosgadgets sem problemas, na mesma medida em que protege a companhia e as informações confidenciais dela.
Mesmo com toda essa complexidade, o cenário é animador. O estudo termina com um dado positivo, que diz que 48% dos executivos entrevistados acreditam que os benefícios trazidos por tais equipamentos para o mercado corporativo são suficientes para que os riscos valham a pena. Além disso, 40% acreditam que os wearables e a Internet das Coisas vão melhorar o processo de tomada de decisão por meio de uma quantidade maior de informações, enquanto outros 34% acreditam que esses aparelhos trarão melhorias, mas não conseguem precisar exatamente como isso vai acontecer.