Se por um lado as notícias continuam demonstrando o aumento da penetração do Blockchain no mundo dos negócios, por outro, também é preciso considerar que alguns aspectos relacionados ao uso da tecnologia têm exigido um esforço maior do que o esperado pelos maiores entusiastas por sua disseminação.
Esta foi uma das principais conclusões que se pode chegar após a realização do CIAB FEBRABAN 2019, maior congresso de tecnologia financeira da América Latina, realizado entre os dias 11 e 13 de junho, onde o assunto foi discutido em vários painéis.
Uma das principais notícias trazidas na programação foi o lançamento da Rede Blockchain do Sistema Financeiro Nacional (RBSFN), realizado em parceria entre a FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) e a CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos). Trata-se de um projeto colaborativo que utiliza a plataforma Hyperledger Fabric, da IBM, baseada em código aberto, e conta com a participação do Banrisul, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa, Itaú, JP Morgan, Original, Santander e Sicoob. Novos bancos poderão aderir à rede no futuro, inclusive os bancos digitais.
Ela será usada com o objetivo de registrar e distribuir as informações sobre dispositivos comprometidos. A partir dessas identificações, as instituições financeiras poderão enriquecer seus sistemas antifraude para verificar se um dispositivo específico é confiável ao avaliar, por exemplo, se um aparelho de telefone celular foi perdido, furtado ou roubado.
O superintendente geral da CIP, Joaquim Kiyoshi Kavakama, explicou que o grupo vai trabalhar para desenvolver novas aplicações, como por exemplo da plataforma Corda para transações financeiras, a troca de identidades de clientes (Know your Customer) entre os bancos, entre outras soluções que serão divulgadas no futuro.
Enquanto essas iniciativas continuando surgindo, especialistas chamam a atenção para o fato de que essas aplicações práticas estão crescendo numa velocidade inferior à prevista anos atrás.
A presidente da IBM para a América Latina, Ana Paula Assis foi uma voz que falou a respeito do tema. Em um painel dedicado a explorar a utilização do Blockchain em serviços financeiros, observando os desafios e as oportunidades ela declarou que a dificuldade para o desenvolvimento da camada de governança tem sido um dos principais motivos para que a adoção do blockchain ainda não tenha conseguido alcançar o grande volume de aplicações esperado.
A executiva explicou que a definição de regras para o funcionamento de uma rede Blockchain exige o investimento de maior quantidade de tempo pois é necessário compatibilizar interesses. “Imaginem o quanto isto se torna desafiador quando é necessário que mais de 100 empresas, por exemplo, tenham que ser ouvidas e ver suas demandas atendidas”, explicou.
Ao falar sobre essa dificuldade ela ressaltou que Blockchain não é um problema de tecnologia e sim de uma oportunidade de negócios, então, na opinião da executiva, antes de iniciar uma jornada de Blockchain é necessário ter muito claro qual é o escopo no qual ele vai atuar.
Após ter participado do desenvolvimento de um grande número de projetos que envolveram a aplicação prática do Blockchain, a 7COMm já armazenou conhecimento suficiente no assunto para auxiliar as empresas na definição do escopo de atuação, criação da camada de governança e na superação de todos os desafios que o uso desta ferramenta possa apresentar. Sua empresa está preparada para impulsionar a transformação digital através da tecnologia Blockchain? Clique aqui e fale com um especialista no assunto.