“Não existe almoço grátis”. A frase que segundo o blog Direito e Mídia tem sua origem na segunda metade do século XIX, quando era comum nos EUA e também na Inglaterra, que restaurantes oferecessem a seus clientes um “almoço grátis”, desde que comprassem as bebidas, se adequa ao que ocorre quando as empresas se utilizam dos serviços de capacity planning oferecidos pelos próprios fornecedores com as quais estão fazendo contratos de utilização de sistemas na nuvem, por exemplo.
A tentação de resolver tudo de uma forma rápida e com o mesmo fornecedor, nestes casos, acaba deixando a análise de todo o cenário e a tomada de todas as decisões estratégicas relativas a investimentos em tecnologia nas mãos de quem tem todo o interesse em implantar (vender) para este contratante seus próprios produtos e serviços, mesmo que eles não sejam necessários ou que existam outras opções mais baratas e/ou mais completas no mercado.
Quando isto acontece, aspectos fundamentais de um eficiente trabalho de capacity planning muitas vezes são deixados de lado, como por exemplo a realização de um levantamento completo de toda a estrutura que a empresa já dispõe e de todos os custos que serão necessários para a execução do planejamento estratégico da empresa no período.
“Ao fazer este levantamento, muitas vezes se descobre que a companhia já possui internamente um legado capaz de suportar o desenvolvimento do negócio com apenas pequenas adaptações”, afirma o Diretor de Tecnologia da 7COMm, Jorge Tokuda.
Segundo ele, ao deixar de lado esta possibilidade e partir direto para a nuvem, muitas companhias não avaliam de uma forma neutra as peculiaridades dos diversos tipos de nuvens existentes de acordo com suas necessidades. O executivo alerta para o fato de que existem nuvens com maiores e menores diversidades de recursos e elas, por isso mesmo, têm custos diferentes para sua utilização. “Se não prestar atenção em todos os custos que envolvem esta opção, a empresa corre o risco de gastar um valor igual ou até maior do que gastaria se tivesse optado por desenvolver um sistema interno e proprietário de tecnologia, dentro da sua própria infraestrutura”, afirma.
Tokuda comenta que muitas vezes um serviço eficiente de capacity planning revela dados tão impactantes que modifica até mesmo a estrutura dos projetos a serem implantados pela companhia. Segundo ele, ao conhecer exatamente todos os custos que envolvem a concretização de uma ideia, em muitos casos a empresa chega à conclusão de que a lucratividade de uma solução da forma como foi idealizada não justifica o investimento de recursos financeiros e de energia necessários para sua execução. “Então acontecem os ajustes necessários antes da frustração”, diz.
Mas para isso é fundamental uma análise completamente livre da ideia de um almoço grátis. A avaliação não pode ter qualquer influência de interesses comerciais. Ela precisa ter como único objetivo oferecer um cardápio com a oferta de todos os preços, mas que contemple a dose precisa de vitaminas e nutrientes necessários para o crescimento saudável dos negócios. E isso, só um capacity planning completamente neutro no processo pode oferecer.