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POC da Febraban mostra como o blockchain começa a sair do papel no Brasil

Na semana passada a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) deu um importante passo para colocar em prática o uso do blockchain pelas grandes instituições financeiras do país.  A entidade apresentou uma prova de conceito (POC), ou teste de um produto fictício desenvolvido com base na nova tecnologia.
Na ocasião, o grupo de trabalho Blockchain FEBRABAN, composto pelo Banco do Brasil, Bancoob, Banrisul, Bradesco, BTG Pactual, Caixa, Citibank, Itaú Unibanco, JP Morgan, Safra e Santander, além do Banco Central, da CIP e B3 (a nova empresa resultante da fusão da BM&FBOVESPA e Cetip), demonstrou o funcionamento de um case de cadastro digital, totalmente fictício e sem fins comerciais, na plataforma Corda, que usa o conceito de DLT.
O protótipo teve como base um cadastro fictício para o compartilhamento de dados entre os participantes de uma malha de blockchain.
“Nosso objetivo com o grupo é checar se as plataformas funcionam com produtos que não existem no mercado, para termos, no futuro, produtos disruptivos”, afirmou Adilson Fernandes da Conceição, coordenador do GT Blockchain FEBRABAN em comunicado à imprensa.
No experimento, a instituição que deseja compartilhar o cadastro registra dados em um ambiente distribuído e pode optar em compartilhar a informação com um dos participantes da plataforma, com vários deles ou com todos eles. “O protótipo nos mostra que podemos ter um modelo de estrutura de dados diferente do modelo centralizado que existe hoje”, afirma Conceição.
Segundo o coordenador do grupo, existe um potencial grande de uso da tecnologia para a criação de serviços financeiros mais eficientes e seguros, com vantagens como, por exemplo, redução de custos com a eliminação de processos de conciliação de dados, maior transparência para o regulador e redução do tempo de liquidação financeira. Adilson Fernandes da Conceição ressalta, entretanto, que a viabilidade de projetos com essa tecnologia precisa analisar em maior detalhe a combinação de fatores como custo, desempenho, privacidade e questões regulatórias.
O grupo de trabalho Blockchain FEBRABAN realiza agora teste do mesmo projeto, com outra plataforma, a Hyperledger – um projeto colaborativo para a construção de uma plataforma de blockchain de código aberto. A previsão é que o experimento termine na segunda quinzena de maio. A meta do grupo é testar diferentes plataformas permissionadas para analisar o desempenho de cada uma nas experimentações.
E assim, de POC em POC, o que era só teoria começa a se transformar em prática.

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