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Aplicações e benefícios do blockchain começam a ficar mais claras para as instituições financeiras

Por Marcello Miyajima – Diretor de Inovação da 7COMm
Desde que ganhou notoriedade como base para a criação da moeda criptográfica Bitcoin, a tecnologia blockchain tem sido vista como um instrumento com potencial de gerar uma nova revolução no mundo dos negócios com proporções parecidas com a que foi causada pelo surgimento da internet. Apesar disso, até pouco tempo ainda era difícil para muitos executivos, principalmente do mercado financeiro, apontar de uma forma clara em quais aplicações essa nova ferramenta poderia ser usada e qual seria o real benefício prático que ela traria.
Neste sentido, 2017 está sendo pródigo em informações. Só para citar os casos mais recentes, no dia 12 de fevereiro o banco holandês ING informou que está desenvolvendo provas de conceito de aplicações do blockchain em áreas de negócios como: pagamentos, financiamento do comércio, tesouraria do banco, empréstimos e conformidade.
A instituição montou um grupo de tecnólogos, matemáticos, cryptologistas, economistas e especialistas em negócios para trabalhar em sua equipe de inovação em blockchain baseada em Amsterdam. Segundo estes profissionais, a tecnologia de contabilidade compartilhada pode reduzir os custos operacionais e de conformidade entre 10% a 15% além de aumentar as receitas do banco em até 15%.
Antes, no dia 9 de fevereiro, um estudo publicado por uma consultoria multinacional mostrou que a maior parte dos consumidores poderia economizar mais de US$ 500 em taxas bancárias e de seguros com a utilização de um novo tipo de contrato inteligente baseado na tecnologia blockchain. Os profissionais da indústria, startups e acadêmicos do setor de serviços financeiros que participaram do estudo preveem que a plena adoção da tecnologia acontecerá até 2020.
Segundo o relatório, ao se comprar uma casa, por exemplo, ao invés do atual processo que envolve uma documentação complexa e intervenção manual, os detalhes seriam compartilhados numa rede de contratos inteligentes, conectando todas as partes no sistema. Este procedimento simplificaria o processo de empréstimos, reduziria custos de produção e resultaria em uma rápida transferência do título da propriedade. O desembolso subsequente de montantes de empréstimos e pagamentos de juros ocorreria automaticamente, conforme os termos codificados no sistema.
Os contratos inteligentes são eletronicamente programados e embasados em registros distribuídos, como a tecnologia blockchain. Isso significa que podem impor ações (como pagamentos) automaticamente, tão logo tenham sido cumpridas as condições acordadas, sem a necessidade de verificação independente ou processamento manual.
Em linha com o que os maiores bancos do mundo e as mais modernas fornecedoras de tecnologia estão fazendo, a 7COMm também já está entrando na fase de aplicação de prova de conceitos para produtos desenvolvidos em blockchain junto a instituições financeiras brasileiras. Por força da confidencialidade estratégica do tema, ainda não é possível revelar detalhes e vantagens destas aplicações, mas em breve muitas e grandes novidades virão.

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