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Porta de entrada à colaboração, Open Banking pluga o sistema bancário na transformação digital

Não pode com eles? Junte-se a eles? ’ Essa batida expressão usada para retratar uma situação na qual alguém é obrigado a unir forças com seu concorrente por não poder vencê-lo ilustra bem o que significa o Open Banking para o sistema bancário.  Portadores de infraestruturas tecnológicas gigantescas construídas ao longo de décadas de grandes investimentos e atarefados com o atendimento de milhares de clientes todos os dias, as instituições financeiras tradicionais dificilmente encontram tempo e condições ideais para desenvolver projetos que possam de fato modificar a estrutura de sua forma de agir.
Desde que surgiu o fenômeno fintech, caracterizado por startups focadas em pedaços específicos da operação bancária, oferecendo aporte das mais modernas tecnologias e mudando para valer o relacionamento do consumidor com o serviço financeiro em muitos sentidos, restou aos bancos tradicionais o dilema de promover apenas pequenas inovações em seu antigo jeito de fazer as coisas ou buscar a transformação digital verdadeira?
Aqueles que optaram pela segunda alternativa encontraram no Open Banking o melhor aliado. Por meio deste conceito, os bancos oferecem a abertura de suas plataformas, de forma controlada e segura, para desenvolvedores apresentarem, com base nos sistemas legados, soluções das mais variadas origens para os mais complexos problemas.
Na prática, essa é uma estratégia copiada das grandes corporações tecnológicas globais, como Google, Facebook e outras que operam no conceito de API abertas para captar os benefícios da efervescência da inovação onde quer que ela se apresente. O Google aliás acaba de anunciar que abriu sua API para que desenvolvedores ligados a empresas de e-commerce criem as condições de possibilitar que qualquer empreendedor possa aceitar Bitcoin como forma de pagamento em suas lojas online. Em agosto a empresa havia lançado uma biblioteca de códigos abertos para aprendizado de máquina em ambientes de produção.
A União Europeia impôs a todos os bancos do continente a adoção do modelo de Open Banking a partir de 2018. No Brasil, os primeiros a anunciarem estratégias de atuação no conceito foram o moderno Banco Original e a mais tradicionais instituições financeira do país, o Banco do Brasil. Apesar disso, Santander, Bradesco e Itaú também têm trabalhado internamente em seus projetos neste sentido.
O fato é que é praticamente impossível para um banco pensar em transformação digital sem expor seu legado por meio de APIs. Há quem diga que isto não é mais uma tendência, mas sim, uma obrigação. Mas é importante que se diga que existem riscos. Em se tratando de indústria financeira, é preciso garantir com absoluta certeza a identidade de quem está tendo acesso às estruturas internas do banco e que a possibilidade de colaboração e inovação não acabe resultando em portas abertas para ataques ou falhas de sistemas.

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