A desmaterialização do dinheiro vem ocorrendo desde a criação dos cartões de débito e crédito, quando cédulas de papel começaram a ser substituídas por um “dinheiro de plástico”. De fato, o papel moeda praticamente já não existe em alguns países. Mais de 60 nações têm projetos para adoção de moeda oficial digital, alguns já em fase de experimentação.
No Brasil, a moeda eletrônica será o Real Digital, emitida pelo Banco Central (BC) no formato virtual para ser usada em transações pela internet. A expectativa da instituição, no entanto, é que a novidade seja uma extensão da moeda física e não sua substituição.
A proposta apresenta inúmeros benefícios para a população, principalmente a inclusão financeira. Por meio de um sistema com funcionamento previsto também para o offline, será possível alcançar a população desbancarizada. A moeda digital também vai permitir a integração global, já que poderá ser utilizada em transações válidas para o mundo inteiro.
Vantagens do Real Digital para empresas
O Real Digital pode ser um meio de pagamento muito vantajoso para as empresas. Um dos principais objetivos da criação da moeda digital é aumentar a eficiência do sistema de pagamentos de varejo e contribuir para o surgimento de modelos de negócio inovadores, bem como de outras alternativas baseadas nos avanços tecnológicos.
O BC vê potencial para a aplicação de novas tecnologias, como smart contracts, IoT (internet das coisas) e dinheiro programável, em modelos de negócio disruptivos, que aumentem a eficiência do nosso sistema de pagamentos.
Com a expectativa do BC de que a moeda digital reduza os custos do sistema financeiro e barateie transações como transferências de recursos ao exterior, por exemplo, micro e pequenos negócios também poderiam se beneficiar com a diminuição de custos de transações.
Segundo o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS), as moedas digitais do Banco Central (CBDCs) podem reduzir o tempo necessário para pagamentos transfronteiriços de dias e cortar custos. A afirmação foi feita com base em um esquema piloto para testar as formas digitais de moedas fiduciárias, como reportado pela CNN Brasil.
Os testes mostraram que as transações internacionais podem ser feitas em poucos segundos, em vez de três a cinco dias. Isso porque os CBDCs ajudam a evitar arranjos complicados pelos quais os pagamentos são passados por meio de uma rede de bancos. Os CBDCs também ajudaram a reduzir os custos em até 50%.
No entanto, ainda não se pode afirmar se haverá paridade de taxas de câmbio da moeda convencional e do Real Digital e se haverá conexão da moeda digital brasileira com outros bancos centrais.
Implementação do Real Digital
O Brasil deve lançar o Real Digital até 2024. Esta é a estimativa de Fábio Araújo, assessor econômico do Banco Central que coordena os estudos para a implantação da moeda eletrônica. Em 2022, o BC planeja iniciar alguns testes pilotos. Atualmente, estão em curso discussões mais técnicas, como os possíveis impactos nos depósitos dos bancos e a capacidade de operar em conjunto com outras moedas digitais nacionais.
Até sua implementação, o Banco Central precisa avaliar as vantagens e desvantagens do novo serviço. Primeiro, a instituição deve criar o Pix internacional, que provavelmente possibilitará transferências internacionais instantâneas antes da chegada das moedas digitais, uma espécie de ensaio para um sistema financeiro cada vez mais virtual. O BC mantém conversas com autoridades monetárias de países como Reino Unido e Itália para a criação do Pix internacional.
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Conteúdo assinado por Sergio Medeiros, Professional Services Especialist.