Por Renato Lopes*
A palavra da vez é crise. E apesar de escutá-la desde que me conheço por gente, dessa vez parece que ela está entrando com mais força nos holofotes da mídia. Como resultado, poucas vezes se viu tanto medo do desemprego – e as demissões nas empresas, inclusive empresas de TI como a Microsoft, só tem aumentado esse sentimento.
Porém, é nos momentos de crise que precisamos enxergar o copo meio cheio, pois dentro de problemas sempre há oportunidades. E é nesse momento que a TI se beneficia.
Com a necessidade das empresas de redução de custos e otimização de tempo e recursos, nada melhor do que lançar mão da TI para isso. Com o advento do outsourcing, essa alternativa tornou-se muito viável.
Uma pesquisa recente diz que de janeiro a junho de 2015, o número de vagas em TI aumentou 44,2%. Só no mês de junho foram abertas 10.105 vagas. Isso significa que a área de TI está na contramão do que os outros setores estão impondo, ou seja, a redução de pessoal.
Essa façanha é possível porque o setor de TI é estratégico para as empresas, pois apoia os demais departamentos otimizando processos e sistemas, gerando assim um menor custo.
Mas, para aproveitar todas essas oportunidades, é preciso estar preparado, profissionalmente e pessoalmente, pois o momento sugere uma visão sistêmica e muita resiliência por parte do profissional, um momento para se reinventar. E como podemos traduzir isso em ações? Vamos lá!
Ter visão sistêmica é conhecer o todo. Como a TI apoia todas as áreas, é função do profissional enxergar o dia a dia de cada operação e sugerir melhorias. Mas, para isso, a visão precisa ser da ponta do iceberg para a base, enxergando o objetivo da operação e entrando nos detalhes. Somente assim será possível passar as ações para uma linguagem técnica de melhorias. É claro que esse processo sempre possui percalços pois, quando você otimiza uma operação ou muda o modo de ser feito, você mexe com a zona de conforto daquele colaborador, e com isso gera vários problemas de ordem não técnica. Nessa hora, a resiliência se fará necessária para achar meios de solucionar questões não técnicas. Aliás, me atrevo a dizer que as habilidades não técnicas do profissional de TI são hoje um grande diferencial no mercado, já que a técnica pode se ensinar (depende do tempo e investimento da empresa), mas as não técnicas são praticamente impossíveis.
Para um profissional preparado e que enxerga as possibilidades – inclusive de empreender – não há crise, e sim oportunidades. Se você só consegue ver a crise, é porque deixou de fazer algo.
Portanto, para aproveitar essa onda de crise, mantenha seu pensamento nessa linha: o que eu posso fazer para diminuir a crise dentro da minha empresa? Assim deve ser o pensamento de um colaborador empreendedor, pensar no “algo mais” dentro da empresa, afinal, essa não é a primeira e nem será a última crise, e se reinventar faz parte do dia a dia, nos amadurece para a vida.
E para terminar, nunca se esqueça: sempre há o copo meio cheio a ser enxergado!
*Renato Lopes é Gestor da área de TI e acredita que a humanização dessa área é a chave para conquistar equipes de alta performance e auto gerenciáveis. Palestrante e Professor Universitário, Renato busca compartilhar técnicas e soluções para formar times vencedores e entusiastas, buscando a qualidade de vida junto à satisfação do trabalho.
Fonte: CanalTech